Você já deve ter ouvido esses sons várias vezes, não é mesmo? Estes e outros instrumentos, quando se juntam, formam o bom e velho samba brasileiro!

Pois é! O reconhecimento dos modos de produção dos instrumentos musicais do samba e das práticas e tradições associadas a eles como “manifestações da cultura nacional” é um modo de homenagear o samba brasileiro e também de protegê-lo, já que, a partir desse reconhecimento oficial, o poder público fica responsável por salvaguardar essa manifestação da cultura.

Em outras palavras, o Estado brasileiro precisa valorizar e ajudar a manter vivas práticas e a tradições do samba, coisa que o povo sempre fez muito bem, mas que, em outros tempos, o Estado até perseguiu.

Pois é! Antigamente, andar na rua à noite com um instrumento de samba era correr o risco de ser preso pelo crime de “vadiagem”.
O famoso compositor João da Baiana, em 1908, teve seu pandeiro apreendido por policiais e só foi poupado de novas chateações depois que conseguiu uma espécie curiosa de salvoconduto: um pandeiro novo, assinado pelo senador Pinheiro Machado, que era seu admirador. Pronto. Nunca mais a polícia pôde criar caso com João da Baiana.

Agora, a história é outra: o negócio é valorizar o nosso samba e proteger os modos de feitura de seus instrumentos. Reconhecer o trabalho artesanal envolvido na produção dessas belezuras é também dar valor aos instrumentos que são produzidos aqui. E é, ainda, um louvor à resistência negra que, historicamente, cultivou a tradição gigante do samba.

E foi um senador negro, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, na sessão do Senado que aprovou o projeto de reconhecimento das tradições do samba e de seus instrumentos, quem nomeou algumas das preciosidades brasileiras desse universo cultural:

(sen. Paulo Paim) “Falo aqui de Dorival Caymmi, falo aqui de Noel Rosa, falo aqui de Cartola, falo aqui de Carmen Miranda, falo aqui de Beth Carvalho, falo aqui de Alcione, falo aqui do meu amigo inesquecível, querido, um líder, Martinho da Vila, e de muitos outros sambistas de destaque.”

Além de pandeiro, tantã, cuíca e surdo – que citei antes – ficam reconhecidos como “manifestações da cultura nacional” os modos tradicionais de produção do tamborim, do rebolo, da frigideira, das timbas e do repique de mão.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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