O sedentarismo é um estilo de vida com pouca atividade física e baixo gasto calórico, aumentando o risco de doenças. Pessoas sedentárias passam grande parte do tempo sentadas, assitindo à TV ou usando o computador, por exemplo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a América Latina é a região com o maior número de pessoas nesta condição e o Brasil lidera o ranking entre os países latinos, com 47% da população nessa situação. No debate sobre o tema realizado pela Comissão de Esporte, Kelly Poliany Alves, do Ministério da Saúde, disse que a solução do problema não se resume a comer menos e a se exercitar mais.
(Kelly Poliany Alves) “Tem relação com a nossa cultura, com os ambientes onde nós estudamos, onde nós trabalhamos, onde nós vivemos, com a condição socioeconômica e com as políticas públicas que são desenvolvidas pelo Estado brasileiro; tanto pela União, pelos estados e pelos municípios.”
O presidente do Conselho Federal de Educação Física, Claudio Boschi, revelou que o Brasil é o segundo país do mundo no número de estabelecimentos para a prática de atividades físicas, atrás apenas dos Estados Unidos. E revelou que uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz apontou que mais da metade dos brasileiros não pratica exercícios regulares.
(Claudio Augusto Boschi) “Há uma polêmica muito grande: Ah, mas andar é uma atividade física! Andar é uma atividade locomotora; para poder ter um efeito maior, precisa ter uma indicação, normalmente feita por médico; e uma orientação e execução feitas por um profissional de educação física.”
A representante do Conselho Regional de Educação Física do Rio de Janeiro, Eloísa Vilela, citou uma pesquisa de 2017 do IBGE, que mostrou que 14% dos entrevistados disseram não gostar de exercícios físicos; 20% não praticam por problemas de saúde ou idade avançada; e 51%por falta de tempo. Para Eloísa, é preciso enfrentar a “pandemia do sedentarismo” com a cultura do movimento.
(Eloísa Vilela) “Trazer esse debate aqui para essa casa, para as câmaras legislativas, para os municípios, mostrar a importância da política preventiva, ter-se a consciência de que o sedentarismo e a inatividade física são prejudiciais para a saúde; 54% dos óbitos são por doenças crônicas não transmissíveis.”
Roberto Nóbrega, do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal, destacou a boa alimentação; a prática de 60 minutos de atividade física pelo menos 3 vezes por semana, de 7 a 8 horas de sono regular por dia; e a atenção à saúde mental. Ele defendeu a dedução no Imposto de Renda das despesas com a prática de atividades físicas.
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado