Ogostinho dos Jogos Paralímpicos de 2024 já é realidade para 72 atletas da delegação brasileira, os primeiros dos 279 do time a começar a fase de aclimatação na França. Integrantes das seleções de remo, vôlei sentado e tênis de mesa desembarcaram em cidades próximas a Paris para um período de treinamentos. Eles estão hospedados em Troyes, mas as atividades ocorrem também em Saint-Julien e Mathaux.

O tênis de mesa, por exemplo, usa a estrutura do ginásio de Saint-Julien. No grupo estão a catarinense Bruna Alexandre, que se tornou a primeira atleta paralímpica do Brasil a disputar também os Jogos Olímpicos neste ano, e a carioca Sophia Kelmer, 16, a mulher mais jovem de toda a delegação nacional em Paris.

“Estou muito feliz de estar aqui e de ter este tempo de aclimatação para acostumar com  fuso, clima. Isso é muito importante. Estamos comendo comida brasileira e isso faz toda a diferença”, relatou Sophia Kelmer, que, em decorrência de um AVC intrauterino, nasceu com paralisia cerebral e hemiplégica (não tem controle e força no lado direito do corpo).

REMO – Já os remadores realizaram as primeiras atividades na raia de Mathaux. E, justamente na estreia dos atletas na aclimatação em águas francesas, houve uma mudança de clima no verão europeu. Nesta quarta-feira, a temperatura chegou à máxima de 22ºC (até esta terça, os termômetros registravam mais de 30ºC) na região de Aube, com chuva no local. “Gosto de treinar em tempo assim, porque  podemos encontrar essas adversidades na competição. Então, para mim, foi bom chover e ter bastante vento”, analisou Alina Dumas, remadora nascida em Buenos Aires, na Argentina, e naturalizada brasileira. Ela entrou no paradesporto após romper os ligamentos dos dois tornozelos em 2020, passar por três cirurgias e ficar com sequelas da lesão no pé esquerdo.

VÔLEI – Por fim, as Seleções feminina e masculina de vôlei sentado fazem os treinos no Centro Esportivo L’Aube, em Troyes. “As primeiras impressões são as melhores possíveis. Gostei do alojamento, a comida está maravilhosa e a recepção de todos os colaboradores franceses tem sido ótima”, disse a ponteira Suellen Dellangelica, integrante da Seleção Brasileira campeã mundial em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, em 2022. As próximas seleções que chegam para a aclimatação na França são as duas de goalball (feminina e masculina), ainda nesta quinta-feira, 15 de agosto.

DELEGAÇÃO E BOLSA ATLETA – O Brasil será representado por 279 atletas de 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Desse grupo, 274 (98,2%) são integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. É a maior delegação brasileira já anunciada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Antes, a maior equipe nacional era de 259 convocados ao todo em Tóquio 2020. 

HISTÓRICO – O Brasil já conquistou 373 medalhas em Jogos Paralímpicos, em 11 edições. Ou seja, está a 27 do pódio de número 400ª. A primeira vez faz 48 anos, nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976. Os responsáveis foram Luiz Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida, dupla masculina do Lawn Bowls (um esporte parecido com a bocha, mas disputado na grama). Naquela oportunidade, eles ficaram com a prata.

CAMPANHAS – A melhor campanha do Brasil na história dos Jogos Paralímicos foi a última, em Tóquio 2021, ocasião em que a delegação ficou na sétima posição geral do quadro de medalhas, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 no total. Na história, o Brasil tem 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes. O top 3 de modalidades que mais garantiram pódios ao país é formado por atletismo (170 medalhas), natação (125) e judô (25).

Foto: Saulo Cruz/CPB

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